Plano de Governo será lançado por Júnior
O candidato ao governo pela coligação Muda Rondônia, Expedito Junior,
lança nesta semana seu plano de governo. Por se tratar de um instrumento
de planejamento “para correção de rumos”, como diz ele, o lançamento
será praticamente simbólico, disponibilizado na página do candidato como
referência aos eleitores que procuram por informações acerca de suas
propostas.
“Teve gente aí que chegou a registrar plano de governo em cartório
e quando chegou lá não fez metade daquilo que prometeu. Tudo não
passou de jogada de marketing, com o objetivo puramente de exploração
midiática. Por isso o nosso plano de governo dá as linhas gerais da gestão,
respeitando a dinâmica própria de cada setor e dos relacionamentos
institucionais”, explica.
Candidato ao governo na eleição passada em 2010, Junior já tinha um
plano pronto, porém, devido aos equívocos e desvio de rumos nos últimos
quatro anos, o planejamento foi redirecionado para as correções devidas.
O setor agrícola, por exemplo, é um dos setores que mereceram atenção
especial, em função da desaceleração em várias atividades produtivas, em
detrimento da concentração de incentivos à monocultura do pescado em
cativeiro. A cafeicultura, por exemplo, que já posicionou Rondônia como
o quinto maior estado produtor, hoje desestimulada ocupa a sexta posição
e, desde 2011 vem perdendo espaço para a pecuária e a piscicultura, duas
atividades de extrema importância econômica, mas que podem conviver
com as demais sem nenhum prejuízo.
Na produção de cacau, outro mau e lamentável exemplo da falta de
estímulo. Rondônia que já foi o segundo maior produtor, atrás apenas da
Bahia, hoje perdeu essa posição para o Estado do Pará que se distanciou
anos luz.
De acordo com artigo publicado pelo consultor agrícola José Armando
Bueno, enquanto que a Bahia produz mais de 150 mil toneladas por ano e o
Pará mais de 60 mil toneladas, Rondônia não alcança 20 mil toneladas. Até
na produção de mandioca perde terreno. O Acre, por exemplo, com uma
produção de mais de um milhão de toneladas de mandioca, produz o dobro
de Rondônia.
No geral, apesar dos mais de 600 mil hectares utilizados no cultivo
agrícola, Rondônia ocupa hoje a humilhante última posição entre os
maiores produtores do Norte. A queda de produção de arroz, feijão e
milho, só no ano passado, foi de 35%. Isso porque o governo abandonou o
programa de distribuição de sementes, que fez o setor expandir anos atrás.
“São números que nos movem na busca por uma imediata correção de
rumos”, observa Expedito.
Para este ano, a queda na produtividade deve ser maior ainda. Aversão
oficial, segundo a Emater, é que os agricultores estão envelhecendo e seus
filhos não querem continuar a atividade. É uma meia verdade, um pano
de fundo para a realidade que é a falta de incentivo, principalmente ao
pequeno produtor.
Porto Velho
Quem também mereceu um capítulo especial no plano de governo da
coligação, é a cidade de Porto Velho. “Nossa capital não pode mais ser
ignorada pelos governantes. Não bastassem as seguidas administrações
sofríveis, o povo de Porto Velho ainda é obrigado a conviver com um
estado de abandono que chega a ser discriminatório e com uma qualidade
de vida baixa”, avalia.
“Vamos discutir com moradores e suas lideranças as principais
necessidades, embora saibamos de antemão que a saúde e a infraestrutura
são os principais gargalos. Às vésperas de completar a marca histórica de
cem anos, no próximo dia 2 de outubro, Porto Velho não tem um pronto-
socorro de vergonha. Desde 1989, há 25 anos, o pronto socorro João Paulo
II, construído como compensação social para atender aos barrageiros que
trabalhavam na Usina de Samuel, vem recebendo retoques e maquiagens de
efeito apenas estético. Internamente, a estrutura e as condições de trabalho
são caóticos. Há muito o que fazer para mudar Rondônia e oferecer a
população melhor qualidade de vida e uma gestão eficiente", pontuou
Junior.
Emprego e renda
Segundo Expedito Junior, o foco de seu governo será a geração de emprego
e renda. “O governo precisa criar as condições para que o empresariado
se estabeleça, para o crescimento da iniciativa privada. Precisamos ser o
fomentador da geração do emprego e renda, até mesmo no próprio governo,
por meio de concursos públicos. Há muitos setores estrangulados”,
observa.